O Rio Capibaribe e a História do Recife
Na cidade do Recife, capital do Estado de Pernambuco, a referência geográfica mais importante é o rio Capibaribe, palavra composta que provém da junção dos termos em tupi kapi, wara, y e pe. Kapi’wara, ou “comedor de capim” é o nome que os indígenas davam às capivaras. A palavra “y”, presente em uma infinidade de topônimos brasileiros, significa rio. Já a palavra “pe” é um advérbio de lugar. Capibaribe significa, literalmente, “o rio das capivaras”.
A Importância Histórica do Rio Capibaribe
Às margens do rio Capibaribe, que possui cerca de 74 afluentes e banha 42 municípios pernambucanos, que a cultura da cana-de-açúcar no Nordeste se consolidou, devido ao tipo de solo, o massapê, terra vermelha e fértil, própria para a agricultura canavieira. Foi denominado de rio-ponte por ter sido, na época colonial, um significativo elo de ligação entre a cultura da cana-de-açúcar da zona da Mata pernambucana e os currais do Agreste e do Sertão, cujas as margens, onde hoje é o Bairro do Recife, nasceu o primeiro entreposto de carga e descarga de mercadorias, conhecido como Cais da Alfandega, e logo mais à frente o Porto do Recife, em operação desde 1535, consolidado portanto, a primeira região de desenvolvimento econômico e comércio exterior do Estado de Pernambuco que nos legou, ao lado de São Vicente, as Capitanias que mais prosperaram no platiation de cana-de-açúcar.
O Desenvolvimento Econômico Ligado ao Capibaribe
“O rio está ligado da maneira mais íntima à história da cidade. O rio, o mar e os mangues, fazem da história do Capibaribe a história do Recife”. Era assim que o sociólogo Gilberto Freyre descrevia o Capibaribe no livro “Guia prático, histórico e sentimental da cidade do Recife”, lançado em 1942. João Cabral de Melo Neto, escreve em 1950, quando o poeta cumpria missão diplomática na Espanha, O cão sem plumas, em que está presente o Capibaribe que pode ser compreendido pela rejeição da beleza – nada de sutileza da chuva azul ou da fonte cor-de-rosa. É um curso de águas sem plumas, um rio-cão, lugar de caranguejos, de lodo, de ferrugem. É essa parte urbana do rio, “grávido de terra negra”, que é revirada – não dissecada, porque é sempre tratada como um corpo vivo, e não descrita, porque Cabral nunca diz apenas o que vê na superfície – em suas entranhas. Nos versos, o poeta se pergunta: “Por que parecia aquela / uma água madura? / Por que sobre ela, sempre, / como que iam pousar moscas?”.
A Era Contemporânea e o Porto Digital
Esse mesmo rio que nos legou a herança do desenvolvimento econômico (e poético), de séculos atrás a inspiração é a testemunha ocular da história contemporânea e da Era da Informação. Foi às margens do histórico rio que a Capibaribe Data Analytics nasceu, com espírito empreendedor aliando competências e habilidades de uma geração legada a tecnologia da informação e transformação digital. Ancorados no Porto Digital, cluster de inovação e tecnologia sediado no bairro do Recife, vemos a foz do rio Capibaribe desaguando no Oceano Atlântico por onde temos navegado atrás dos mercados locais e globais, sempre pautados na sustentabilidade, governança e responsabilidade social, buscando novos desafios, mecanismos inovadores de solução e levando nossas raízes históricas.